Acabei de “sapear” alguns vídeos no youtube onde encontrei variados e conhecidos pregadores da Assembleia de Deus. Sinceramente, fiquei estupefato. Parece-me que se convencionou a aberração, o esdrúxulo, a bestialidade, a loucura, o insensato, o deprimente. A imagem que captei foi a de um bando de ouvintes com as funções mentais completamente anestesiadas. Dos vídeos que suportei ver e ouvir – pois no começo é até engraçado, mas depois começa a irritar – encontrei muitos discursos sem sentido, fruto de interpretações ridículas, próximas do absurdo, tiradas dos textos bíblicos.
Em um dos vídeos, o pastor (se assim posso chamá-lo) montou um mirabolante sermão escatológico. Apocalipticamente ele fez uma leitura da história e dos acontecimentos hodiernos à luz de costuras bíblicas, com textos fora de seus contextos, chegando a conclusões apoteóticas. O pior não é isso. As mensagens deixadas por aqueles e aquelas nos recados abaixo do vídeo, mostravam um grande interesse pelo assunto exposto e recomendavam outros “escatólogos” supostamente mais profundos. Senti vontade de rir concomitante a de chorar ao ver os pastores em sua retaguarda, em êxtase, levantarem suas mãos confirmando toda aquela verborragia dispensacionalista. O público, alvo de minhas maiores preocupações, estava boquiaberto e feliz por ouvir tantas informações “instigantes”. A multidão era manipulada pelo orador com tanta facilidade, que em determinado momento da mensagem ele conseguiu fazer todos apontarem o dedo uns para os outros e repetirem frases prontas, como se estivessem se ofendendo mutuamente – pura loucura! Imagina tu: um grupo de 200 mil homo sapiens gritando reciprocamente, frente a frente, frases triunfalistas e sem sentido; é ou não é maluquice coletivizada? E mais, acima deles estava o “grande” pastor, “pregador”, “conferencista internacional”, “profeta” e “homem de Deus” satisfeito com a tarefa cumprida.
Sei que personagens como Nietzsche, Marx e Freud são temidos e exorcizados entre nós. O pavor é tanto a ponto de os demônios, hoje em dia, ao serem interrogados em algumas sessões, identificarem-se, na boca dos possessos, com os nomes desses pensadores modernos! Deixemos de lado a brincadeira para tentarmos expor a razão de tanta fobia.
A ojeriza por esses filósofos, pelo menos entre os crentes, foi causada por algumas de suas reflexões a respeito do fenômeno religioso. Talvez, encontremos entre elas ideias ultrapassadas ou, até mesmo, injuriosas. Contudo, como não concordar com o autor de Assim Falou Zaratustra no seu anúncio da morte e sepultamento de Deus? Claro que Nietzsche afirma isso em um contexto e tempo diferentes, quando as ciências modernas e o racionalismo, com empáfia, diziam esvaziar a necessidade do conceito “Deus”. E mais, nessa perspectiva quem morre não é o Deus em si, mas a ideia medieval e obscurantista. Em relação à afirmação nietzschiana, penso na sua aplicabilidade e renovação quando ouço esses tipos de pregadores, pois o Deus de Jesus, aquele anunciado pelos evangelistas neotestamentários, perde-se e, na perspectiva de Mircea Eliade, torna-se um deus otiosus, que esquecido pelos fiéis, deixa seu lugar para outras divindades mais jovens ou atraentes.
Diante das cenas preservadas no youtube, sou quase obrigado a troar a afirmação de Marx de que a religião realmente pode ser um entorpecente “ópico” alienador da realidade, que embuça com flores e jardins as correntes socialmente colocadas. E chego a pensar que Freud parece ter visto o mesmo vídeo que vi. Como não aplicar o conceito freudiano de neurose quando um pregador, aos gritos, promete mundos e fundos e leva todos a oscilarem entre o que são e desejam ser, ou entre o Ego e o mundo, aproximando-os de uma psicose?
Depois de andar na net pelos vídeos dos congressos e de seus pregadores, fiquei preocupado, porque como assembleiano e jovem ministro não sei bem quais serão os nossos futuros paradigmas de pregação e pregador. No entanto, já que entrei neste último parágrafo em questões proféticas, talvez possa arriscar dizer que chegará o tempo em que os circos não serão necessários, porque teremos as igrejas e os púlpitos!
Em um dos vídeos, o pastor (se assim posso chamá-lo) montou um mirabolante sermão escatológico. Apocalipticamente ele fez uma leitura da história e dos acontecimentos hodiernos à luz de costuras bíblicas, com textos fora de seus contextos, chegando a conclusões apoteóticas. O pior não é isso. As mensagens deixadas por aqueles e aquelas nos recados abaixo do vídeo, mostravam um grande interesse pelo assunto exposto e recomendavam outros “escatólogos” supostamente mais profundos. Senti vontade de rir concomitante a de chorar ao ver os pastores em sua retaguarda, em êxtase, levantarem suas mãos confirmando toda aquela verborragia dispensacionalista. O público, alvo de minhas maiores preocupações, estava boquiaberto e feliz por ouvir tantas informações “instigantes”. A multidão era manipulada pelo orador com tanta facilidade, que em determinado momento da mensagem ele conseguiu fazer todos apontarem o dedo uns para os outros e repetirem frases prontas, como se estivessem se ofendendo mutuamente – pura loucura! Imagina tu: um grupo de 200 mil homo sapiens gritando reciprocamente, frente a frente, frases triunfalistas e sem sentido; é ou não é maluquice coletivizada? E mais, acima deles estava o “grande” pastor, “pregador”, “conferencista internacional”, “profeta” e “homem de Deus” satisfeito com a tarefa cumprida.
Sei que personagens como Nietzsche, Marx e Freud são temidos e exorcizados entre nós. O pavor é tanto a ponto de os demônios, hoje em dia, ao serem interrogados em algumas sessões, identificarem-se, na boca dos possessos, com os nomes desses pensadores modernos! Deixemos de lado a brincadeira para tentarmos expor a razão de tanta fobia.
A ojeriza por esses filósofos, pelo menos entre os crentes, foi causada por algumas de suas reflexões a respeito do fenômeno religioso. Talvez, encontremos entre elas ideias ultrapassadas ou, até mesmo, injuriosas. Contudo, como não concordar com o autor de Assim Falou Zaratustra no seu anúncio da morte e sepultamento de Deus? Claro que Nietzsche afirma isso em um contexto e tempo diferentes, quando as ciências modernas e o racionalismo, com empáfia, diziam esvaziar a necessidade do conceito “Deus”. E mais, nessa perspectiva quem morre não é o Deus em si, mas a ideia medieval e obscurantista. Em relação à afirmação nietzschiana, penso na sua aplicabilidade e renovação quando ouço esses tipos de pregadores, pois o Deus de Jesus, aquele anunciado pelos evangelistas neotestamentários, perde-se e, na perspectiva de Mircea Eliade, torna-se um deus otiosus, que esquecido pelos fiéis, deixa seu lugar para outras divindades mais jovens ou atraentes.
Diante das cenas preservadas no youtube, sou quase obrigado a troar a afirmação de Marx de que a religião realmente pode ser um entorpecente “ópico” alienador da realidade, que embuça com flores e jardins as correntes socialmente colocadas. E chego a pensar que Freud parece ter visto o mesmo vídeo que vi. Como não aplicar o conceito freudiano de neurose quando um pregador, aos gritos, promete mundos e fundos e leva todos a oscilarem entre o que são e desejam ser, ou entre o Ego e o mundo, aproximando-os de uma psicose?
Depois de andar na net pelos vídeos dos congressos e de seus pregadores, fiquei preocupado, porque como assembleiano e jovem ministro não sei bem quais serão os nossos futuros paradigmas de pregação e pregador. No entanto, já que entrei neste último parágrafo em questões proféticas, talvez possa arriscar dizer que chegará o tempo em que os circos não serão necessários, porque teremos as igrejas e os púlpitos!
creditos: http://kennerterra.blogspot.com/