domingo, 6 de junho de 2010

Karmam, Carma, karma, Kamma e Karma Yoga

Carma ou karma (do sânscrito कर्म, transl. Karmam, e em pali, Kamma, "ação") é um termo de uso religioso dentro das doutrinas budista, hinduísta e jainista, adotado posteriormente também pela Teosofia, pelo espiritismo e por um subgrupo significativo do movimento New Age, para expressar um conjunto de ações dos homens e suas consequências. Este termo, na física, é equivalente a lei: "Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário". Neste caso, para toda ação tomada pelo Homem ele pode esperar uma reação. Se praticou o mal então receberá de volta um mal em intensidade equivalente ao mal causado. Se praticou o bem então receberá de volta um bem em intensidade equivalente ao bem causado. Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião discutida, este termo pode parecer diferente, porém sua essência sempre foca as ações e suas consequências.


Budismo

No budismo, Kamma ou Karma é a palavra para "acto" ou "acção", e nesse sentido usa-se a palavra em textos mais antigos para ilustrar a importância de desenvolver atitudes e intenções correctas. Considera-se que por gerar carma os seres encontram-se presos ao samsara, e portanto a última meta da prática budista é extinguir o carma.
Carma (sânscrito: कर्मन karman, páli: कमा Kamma) significa "ação" ou "fazer"; o que quer que façamos, digamos ou pensemos é um carma.
No budismo, o termo carma é usado específicamente para aquelas ações que surgem de:
  • intenção mental (páli: cetana)
  • obceções mentais
que trazem como consequência um fruto (páli, phala) ou resulado (vipāka), ou na vida presente ou num contexto de um nascimento futuro. Carma é o motor que impulsiona o ciclo de renascimentos sem controle (saṃsāra) para cada ser.

Esoterismo

Alguns movimentos esotéricos costumam falar em karma no sentido de "conjunto de deméritos acumulados" e em dharma como "conjunto de méritos acumulados" (portanto o contrário de karma). Essa terminologia não é consistente com o uso tradicional das religiões orientais, principalmente porque Dharma significa ensinamento ou verdade em vez de mérito ou virtude. Outros adotam um conceito semelhante ao do Espiritismo.

Espiritismo

Na visão espírita cada ser humano é um espírito imortal encarnado que herda as conseqüências boas ou más de suas encarnações anteriores. Embora Allan Kardec não tenha usado em momento algum a palavra "karma" ou qualquer de suas variações, esta veio a ser mais tarde incorporada ao jargão espírita por alguns espíritas, para designar o nível de evolução espiritual de cada indivíduo, ao qual se devem as circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis que venha a encontrar. No entanto, para explicar isto o espiritismo apresenta um conceito mais abrangente: a lei de causa e efeito. Enquanto que normalmente o conceito de karma sugere uma dívida a ser resgatada, a lei de causa e efeito nos apresenta a idéia de que o futuro depende das ações e decisões do presente. Uma causa positiva gera uma efeito positivo, enquanto que uma causa negativa gera um efeito igualmente negativo.

KARMA YOGA
Carma-ioga (sânscrito कर्म योग, transl. Karma Yoga) é a integração (ioga) pela dedicação de todas as ações e seus frutos à divindade. É a execução da ação em união com a parte divina interior, ficando distanciado dos resultados, e mantendo o equilíbrio seja em face do sucesso ou do fracasso.
Segundo Swami Shivananda, a carma-ioga é o serviço desinteressado para a humanidade. É a ioga da ação que prepara o antahkarana(coração e mente) para receber a Luz Divina, ou Conhecimento do Si-Mesmo.
A ação prende a pessoa ao mundo fenomênico (samsara) quando é ditada pelo ego, quando está inbuída do senso de fazer-e-receber. Então ela é karma bindu, a pessoa se liga à ação. Mas quando a ação é desinteressada, sem se esperar frutos, ela é libertadora. Então, o carma se torna carma-ioga.
A prática da ação sem esperar por seus frutos liberta do medo e do pesar. O praticante de Karma Yoga deve se libertar da ambição, do desejo, da raiva e do egoísmo. Deve ter um grande coração, amar a sociedade com os homens de todos os tipos. Ao praticar a carma-ioga, essas qualidades vão se tornando parte da pessoa.
Gandhi (Mohandas Karamchand Gandhi - 1869/1948) criou o princípio de satyagraha, ou de resistência pacífica (política de não-violência) a partir da carma-ioga citado no Bhagavad Gita, onde Sri Krishna ensina a Arjuna, príncipe-guerreiro pandava, sobre ioga e samkhya.

Bhagavad Gita

No Bhagavad Gita, Krishna diz a Arjuna que se ele praticar a ação desapegada (Seva ou karma yoga) se tornará livre do cativeiro kármico do qual surge os ciclos repetidos de nascimentos e mortes (2.39 e 2.40).
A carma-ioga é um dos temas centrais do Bhagavad Gita e permeia toda a obra, nos verso 2.47 a 2.51 pode-se ler o básico do karma-yoga:
Somente tens direito ao trabalho, não a seus frutos. Que esses frutos nunca sejam o motivo de seus atos, e nunca deverás ficar inativo.
Faça as suas ações no melhor de suas habilidades, Ó Arjuna, com sua mente ligada ao Senhor, abandonando a preocupação e o apego egoísta para os resultados, permanecendo calmo tanto no sucesso como no fracasso. O serviço sem egoísmo traz paz e tranqüilidade da mente, que conduz a união com Deus.
O trabalho feito com motivo egoísta é inferior e está longe do serviço desapegado. Portanto, seja um trabalhador desapegado, Ó Arjuna. Aqueles que trabalham apenas para o gozo dos frutos dos seus trabalhos são infelizes (porque não se tem controle sobre os resultados).
Um carma-iogue, ou uma pessoa desapegada, torna-se livre tanto da virtude como do vício em sua vida. Portanto, esforce-se por serviço desapegado. Trabalhar o melhor das suas habilidades, sem apegar-se egoisticamente pelos frutos do trabalho, chama-se Karmayoga ou Seva.
Os carma-iogues estão livres do cativeiro do renascimento, devido a renúncia do serviço desapegado aos frutos de todo trabalho, alcançando um divino estado de salvação ou Nirvana.

creditos: http://pt.wikipedia.org/
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